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mardi 15 novembre 2011

Dernier espoir, poème de Verlaine

« Dernier espoir » de Verlaine.
“Última esperança” de Verlaine. 

Traduction libre de /Tradução livre de Priscila Junglos.

 


Il est un arbre au cimetière
Poussant en pleine liberté,
Non planté par un deuil dicté, -
Qui flotte au long d'une humble pierre.

Tem uma árvore no cemitério
Crescendo em plena liberdade,
Não plantada por um luto ditado,-
Que flutua ao longo de uma humilde pedra

Sur cet arbre, été comme hiver,
Un oiseau vient qui chante clair
Sa chanson tristement fidèle.
Cet arbre et cet oiseau c'est nous :
Nesta árvore, no verão ou no inverno,
Um pássaro vem e canta limpidamente
Sua canção tristemente fiel.
Esta árvore e este pássaro somos nós:

Toi le souvenir, moi l'absence
Que le temps - qui passe - recense...
Ah, vivre encore à tes genoux !
Você a lembrança, eu a ausência
Que o tempo – que passa – recenseia...
Ah, viver ainda a teus pés!

Ah, vivre encor ! Mais quoi, ma belle,
Le néant est mon froid vainqueur...
Du moins, dis, je vis dans ton coeur ?

Ah, viver ainda! Mas o quê, minha bela,
A negação é meu frio vencedor...
Ao menos, diga, eu vivo em teu coração?