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dimanche 1 juillet 2012

L'alcool / O álcool de Gainsbourg


Chanson de Serge Gainsbourg de 1958. Une chanson qui a tout le charme de l'alcoolisme du XIXème siècle ! Interdit aux moins de 21 ans. L'abus de musique de Gainsbourg peut être dangereux pour la santé, ne consommez pas avec modération !
Música de Serge Gainsbourg de 1958. Uma música que tem todo o charme do alcolismo do século XIX! Proibida para menores de 21 anos. O abuso das músicas de Gainsbourg pode ser prejudicial a saúde, não consuma com moderação!



Parole / Letra:
Traduction libre de / tradução livre de Priscila Junglos

Mes illusions donnent sur la cour
Minhas ilusões dão o para o pátio
Des horizons j'en ai pas lourd
Horizontes, eu mal os tenhos
Quand j'ai bossé toute la journée
Quando eu trabalhei o dia todo
Il ne me reste plus pour rêver
Só me resta sonhar
Que les fleurs horribles de ma chambre
Com as flores horríveis do meu quarto
Mes illusions donnent sur la cour
Minhas ilusões dão o para o pátio
J'ai mis une croix sur mes amours
Eu coloquei uma cruz sobre meus amores
Les petites pépés pour les toucher
As bonequinhas para as tocar
Faut d'abord les allonger
É preciso antes as deitar
Sinon c'est froid comme en décembre
Se não é frio como em dezembro [inverno na Europa]
Quand le soir venu, j'm'en reviens du chantier
Quando a noite chega, eu volto do canteiro
Après mille peines et le corps harassé
Depois de mil sofrimentos e com o corpo destruído
J'ai le regard mort et les mains degueulasses
Eu tenho o olhar morto e as mãos nojentas
De quoi inciter les belles à faire la grimace
O suficiente para incitar as belas a fazerem uma careta
Bien sûr y'a les filles de joies sur le retour
Claro que na volta eu tenho as damas da noite
Celles qui mâchent le chewing gum pendant l'amour
Estas que mastigam o chiclete durante o amor
Mais que trouverais-je dans leur corps meurtri
Mas o quê eu encontraria em seu corpo lesionado
Sinon qu'indifférence et mélancolie
Além da indiferença e melancolia
Dans mes frusques couleurs de muraille
Nas minhas vestimentas com cores de parede
Je joue les épouvantails,
Eu interpreto os espantalhos
Mais nom de Dieu dans mon âme
Mas, em nome de Deus, em minha alma
Brulait pourtant cette flamme
Arde, entretanto, esta chama
Où s’éclairaient mes amours
Onde se iluminam meus amores
Et mes brèves fiançailles
E meus breves noivados
Où se consumaient mes amours
Onde se consomem meus amores
Comme au temps de feu de paille
Como no tempo do fogo de palha
 
Aujourd’huije fais mon chemin solitaire
Hoje eu faço o meu caminho solitário
Toutes mes ambitions se sont fait la paire
Todas as minhas ambições andam de par em par
Je me suis laissé envahir par les orties
Eu me deixei invadir pelas urtigas
Par les ronces de .. cette chienne de vie
Pelos espinhos desta... desta vida de cão
Mes illusions donnent sur la cour
Minhas ilusões dão o para o pátio
Mais dans les troquets du faubourg
Mas, nos bares do subúrbio
J'ai des ardoises de rêveries et le sens de l'ironie
Eu tenho dívidas de sonhos
Je me laisse aller à la tendresse
Eu me deixo ir com carinho
J'oublie ma chambre au fond de la cour
Eu esqueço meu quarto no fundo do pátio
Le train de banlieue au petit jour,
O trem do subúrbio de manhãzinha
Et dans les vapeurs de l'alcool
E nos vapores do álcool
J'vois mes châteaux espagnoles,
Eu vejo meus castelos de areia
Mes haras et toutes mes duchesses
Meus haras e todas as minhas duquesas
 
À moi les petites pépés, les poupées jolies,
Para mim as bonequinhas, as bonecas lindas
Laissez venir à moi les petites souris,
Deixe-me vir os ratinhos
Je claque tout ce que je veux au baccarat
Eu bato tudo o que eu quero no bacará
Je tape sur le ventre des mahrajas
Eu estapeio a barriga dos marajás
A moi les boîtes de nuit sud-américaines
Para mim as boates de noites sul americanas
Où l'on danse la tête vide et les mains pleines,
Onde a gente dança com a cabeça vazia e as mãos cheias
À moi ces mignonnes aux regards qui chavirent
Para mim estas bonitinhas com olhares que tonteiam
Qu'il faut agiter avant de s'en servir.
Que deve-se agitar antes de se servir
Dans mes pieds de poule, mes princes de galles,
Em meus pieds de poule, meus princes de galles*
En douce je me rince la dalle **
E devagar eu olho e só quero as moças
Et nom de Dieu dans mon âme
E, por Deus, em minha alma
V'la que je ressens cette flamme
Eis que eu sinto novamente esta chama
Où s’éclairait mes amours
Onde se iluminavam meus amores
Et mes brèves fiançailles
E meus breves noivados
Où se consumaient mes amours
 Onde se consumiam meus amores
Comme au temps de feu de paille
Como no tempo de fogo de palha
Et quand les troquets ont etteint leurs neons
E quando os bares apagaram suas luzes neon
Qu'il ne reste plus un abreuvoir à l'horizon
Que resta somente um bebedouro no horizonte
Ainsi j'me laisse bercer par le Calva
Assim eu me deixo ninar pelo “Calva” ***
Et l' Dieu des ivrognes guide mes pas
E o Deus dos alcoólatras guia meus passos
Le Dieu des ivrognes guide mes pas
O Deus dos alcoólatras guie meus passos

Notas da tradutora:
* Nomes de motivos de estamparia. Gainsbourg faz um trocadilho com o termo “pieds de poule”, literalmente “pés de galinha”, e “princes de galles”, literalmente “príncipe de Gales”, sendo que “galinha” e “gales” tem a mesma etimologia, vem de “gallus” – galo.
** união de duas expressões : “se rincer l’œil”, (literalmente, enxaguar os olhos) que significa “olhar com pazer uma pessoa”. E da expressão “avoir la dalle” (literalmente, ter mesa) que pode significar  “ter fome” ou  “sentir necessidade, o tempo todo, de só querer namorar, independente do resto”.
*** “Calva”, abreviação de “Calvado”, nome de uma bebida alcoólica.