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dimanche 15 avril 2012

Rive Gauche de Alain Souchon

Cette chanson raconte un peu de l'histoire de la Rive Gauche et de tous ses "personnages".
La Rive Gauche est le côté gauche de la Seine qui divise Paris en deux, mais c'est aussi un style de vie. On parle généralement que les "artistes" ou que les "gens" de Rive Gauche sont des intelectuels, des mélancoliques, des romantiques, comme sa muse Juliette Gréco... la gauche enfin ! Par contre, la Rive Droite, qui est le côté droite de la Seine, c'est le travaille, la tradition, l'amusement léger, comme sa muse Brigitte Bardot !

Esta canção conta um pouco da história da Rive Gauche e de todos os seus "personagens".
A Rive Gauche é o lado esquerdo do rio Sena que divide Paris em dois, mas é também um estilo de vida. Fala-se, geralmente, que os "artistas" ou as "pessoas" da Rive Gauche são intelectuais, melancólicos, românticos, como sua musa Juliette Gréco... a esquerda enfim! Por outro lado, a Rive Droite, que é o lado direito do rio Sena, é o travalho, a tradição, a diversão leve, como sua musa Brigitte Bardot!


Plan de Paris en 1575. Mapa de Paris em 1575.



Traduction/tradução de Priscila Junglos

Rive Gauche

Les chansons de Prévert me reviennent
De tous les souffleurs de Verlaine
Du vieux Ferré les cris, la tempête
Boris Vian ça s'écrit à la trompette
As canções de Prévert me voltam
De todas os sopradores (de vidro) de Verlaine
Do velho Ferré os gritos, a tempestade
Boris Vian isto se escreve com uma trompete
Rive gauche à Paris
Adieu mon pays
De musique et de poésie
Les marchands malappris
Qui ailleurs ont déjà tout pris
Viennent vendre leurs habits
Rive gauche em Paris
Adeus meu país (região)
De música e de poesia
Os comerciantes mal educados,
Que além disso já pegaram tudo,
Vêm vender suas roupas
En librairie, en librairie
Si tendre soit la nuit
Elle passe
Oh ma Zelda c'est fini
Montparnasse Miles Davis qui sonne
Sa Gréco
Tous les Morrison
Leur Nico
De livraria em livraria
Não importa quão tenra seja a noite
Ela passa
Oh minha Zelda, é o fim
Montparnasse Miles Davis que toca
Sua Gréco
Todos os Morrison
Sua Nico
Rive gauche à Paris
Adieu mon pays
De musique et de poésie
D'art et de liberté éprise
Elle s'est fait prendre
Elle est prise
Elle va mourir quoiqu'on en dise
Et ma chanson la 'mélancolise'
Rive gauche em Paris
Adeus meu país (região)
De música e de poesia
De arte e de liberdade apaixonada
Ela se fez tomar
Ela é tomada
Ela vai morrer, não importa o que se diga
E minha canção a "melancoliza"
La vie c'est du théâtre
Et des souvenirs
Mais nous sommes opiniâtres
À ne pas mourir
À trainer sur les berges
Venez voir
On dirait Jane et Serge
Sur le Pont des Arts
A vida é como um teatro
E lembranças
Mas nós somos obstinados
A não morrer
A vagar sobres os canais
Venha ver
Dir-se-ia Jane e Serge
Sobre a 'Pont des Arts'
Rive gauche à Paris
Adieu mon pays
Adieu le jazz adieu la nuit
Un État dans l'état d'esprit
Traité par le mépris
Comme le Québec par les Etats-Unis
Comme nous aussi
Oh le mépris
Oh le mépris
Rive gauche em Paris
Adeus meu país
Adeus, jazz; adeus, noite
Um estado no estado de espírito
Tratado pelo desprezo
Como o Quebec pelos Estados Unidos
Como nós também
Oh o desprezo
Oh o desprezo

samedi 7 avril 2012

« Mon enfance » de Jacques Brel - Hommage

Ce mois-ci le chanteur belge Jacques Brel est né (né le 8 avril 1929). Pour fêter son anniversaire, voici une belle chanson : Mon enfance.

Neste mês o cantor belga Jacques Brel nasceu, no dia 8 de abril de 1929. Para comemorar seu aniversário, eis aqui uma bela canção: Minha infância.

Jacques Brel en 1955





Traduction libre/ tradução livre de Priscila Junglos

Mon enfance passa
De grisailles en silences
De fausses révérences
En manque de batailles
L’hiver j’étais au ventre
De la grande maison
Qui avait jeté l’ancre
Au nord parmi les joncs 
L’été à moitié nu
Mais tout à fait modeste
Je devenais indien
Pourtant déjà certain
Que mes oncles repus
M’avaient volé le Far West 

Minha infância passou
De  monotonias em silêncio 
de falsas reverências
Por falta de batalhas
No inverno eu estava no ventre
da grande casa
que havia jogado a âncora
ao norte entres os juncos
No verão meio pelado
Mas completamente modesto
Eu virava índio
Entretanto, já certo
que meus tios satisfeitos
Haviam-me roubado o faroeste

Mon enfance passa
Les femmes aux cuisines
Où je rêvais de Chine
Vieillissaient en repas
Les hommes au fromage
S’enveloppaient de tabac
Flamands taiseux et sages
Et ne me savaient pas
Moi qui toutes les nuits
Agenouillé pour rien
Arpégeais mon chagrin
Au pied du trop grand lit
Je voulais prendre un train
Que je n`ai jamais pris 

Minha infância passou
Com as mulheres nas cozinhas
Onde eu sonhava com a "China" (sonhava com outros mundos)
Envelhecendo nas refeições
Os homens com o queijo
envelopavam-se de tabaco
Flamands* calados e sábios
E não sabiam que eu
Eu que em todas as noites
Ajoelhado para nada
Arpejava minha mágoa
aos pés de enorme cama
Eu gostaria de pegar um trem
que eu jamais peguei 
Mon enfance passa
De servante en servante
Je m’étonnais déjà
Qu’elles ne fussent point plantes
Je m’étonnais encore
De ces ronds de famille
Flânant de mort en mort
Et que le deuil habille
Je m’étonnais surtout
D’être de ce troupeau
Qui m’apprenait à pleurer
Que je connaissais trop
J’avais L’œil du berger
Mais le cœur de l’agneau

Minha infância passou
De empregada à empregada
Eu já me espantava
que elas não fossem plantas
Eu me espanto ainda
Destas rodas de família
Passeando de morte em morte
e que o luto veste
eu me espantava sobretudo
De ser desta manada
que me ensinava a chorar 
que eu conhecia muitíssimo
Eu tinha o olho do pastor
Mas o coração do cordeiro
Mon enfance éclata
Ce fut l’adolescence
Et le mur du silence
Un matin se brisa
Ce fut la première fleur
Et la première fille
La première gentille
Et la première peur
Je volais, je le jure
Je jure que je volais
Mon cœur ouvrait les bras
Je n’étais plus barbare
Et la guerre arriva
Et nous voilà ce soir.

Minha infância rebentou
E foi a adolescência
E a parede de silêncio
Uma manhã se quebrou
E foi a primeira flor
E a primeira moça
E a primeira gentil
E o primeiro medo
Eu voava, eu o juro
Eu juro que eu voava
Meu coração abria os braços
Eu não era mais bárbaro
E a guerra chegou
E eis-nos aqui nesta noite.
 
 
Nota da tradutora:
*Flamands: quem nasceu e mora no norte da Bélgica, na região de Flandres que é de língua e cultura holandesa, em oposião muitas vezes à Wallonie (de cultura e língua francesa).