Muitas pessoas sempre me pedem referências sobre as histórias em quadrinhos francesas. Além de eu já ter feito uma página neste blog com algumas referências incontornáveis eu irei publicar as mini BD (de bande dessinée, História em Quadrinho em francês) do Astérix, este que é um dos personagens mais famosos da França.
Para quem não sabe a história do Astérix satiriza a invasão cultural americana na França, mas como? Pois bem, antigamente o território Francês - que se chamava Gália - tinha sido invadido por Julho César - inclusive o vilarejo gaulês onde o Astérix mora - assim como anos depois, após a segunda guerra mundial, a França e a Europa seriam invadidas culturalmente pelos EUA, com suas músicas (o rock), sua língua, seus hábitos, e produtos do American way of life! Entretanto, os franceses que prestigiam muito a própria cultura sempre tiveram certas reticências a essa invasão e um exemplo disso é o Astérix. O roteirista René Goscinny e o desenhista Albert Uderzo se uniram para fazer uma história onde a Gália resiste à invasão estrangeira! Para parodiar a invasão americana os gauleses resistem ao Julho César! Um tour de force francês...
Muitas pessoas sempre me pedem referências sobre as
histórias em quadrinhos francesas. Além de eu já ter feito uma página neste
blog com algumas referências incontornáveis eu irei publicar as mini BD (de bande
dessinée, História em Quadrinho em francês) do Astérix, este que é um dos personagens mais
famosos da França.
Para quem não sabe a história do Astérix satiriza a invasão
cultural americana na França, mas como? Pois bem, antigamente o território
Francês - que se chamava Gália - tinha sido invadido por Julho César - inclusive
o vilarejo gaulês onde o Astérix mora - assim como anos depois, após a segunda
guerra mundial, a França e a Europa seriam invadidas culturalmente pelos EUA,
com suas músicas (o rock), sua língua, seus hábitos, e produtos do American way of life! Entretanto, os
franceses que prestigiam muito a própria cultura sempre tiveram certas
reticências a essa invasão e um exemplo disso é o Astérix. O roteirista René
Goscinny e o desenhista Albert Uderzo se uniram para fazer uma história onde a
Gália resiste à invasão estrangeira! Para parodiar a invasão americana os
gauleses resistem ao Julho César! Um tour de force francês...
Cette belle chanson "bossa nova" en version française du propre Tom Jobim. Ici, chantée par Stacey Kent.
Esta bela canção "bossa nova" na versão francesa do próprio Tom Jobim. Cantada aqui pela Stacey Kent.
Et l'excellente version brésilienne, avec Elis Regina et Tom Jobim!
E a excelente versão brasileira, com a Elis Regina e o Tom Jobim!
Voici la parole en version française:
Un pas, une pierre, un chemin qui chemine
Un reste de racine, c'est un peu solitaire
C'est un éclat de verre, c'est la vie, le soleil
C'est la mort, le sommeil, c'est un piège entrouvert
Un arbre millénaire, un nud dans le bois
C'est un chien qui aboie, c'est un oiseau dans l'air
C'est un tronc qui pourrit, c'est la neige qui fond
Le mystère profond, la promesse de vie
C'est le souffle du vent au sommet des collines
C'est une vieille ruine, le vide, le néant
C'est la pie qui jacasse, c'est l'averse qui verse
Des torrents d'allégresse, ce sont les eaux de Mars
C'est le pied qui avance à pas sûr, à pas lent
C'est la main qui se tend, c'est la pierre qu'on lance
C'est un trou dans la terre, un chemin qui chemine
Un reste de racine, c'est un peu solitaire
C'est un oiseau dans l'air, un oiseau qui se pose
Le jardin qu'on arrose, une source d'eau claire
Une écharde, un clou, c'est la fièvre qui monte
C'est un compte à bon compte, c'est un peu rien du tout
Un poisson, un geste, c'est comme du vif argent
C'est tout ce qu'on attend, c'est tout ce qui nous reste
C'est du bois, c'est un jour le bout du quai
Un alcool trafiqué, le chemin le plus court
C'est le cri d'un hibou, un corps ensommeillé
La voiture rouillée, c'est la boue, c'est la boue
Un pas, un pont, un crapaud qui croasse
C'est un chaland qui passe, c'est un bel horizon
C'est la saison des pluies, c'est la fonte des glaces
Ce sont les eaux de Mars, la promesse de vie
Une pierre, un bâton, c'est Joseph et c'est Jacques
Un serpent qui attaque, une entaille au talon
Un pas, une pierre, un chemin qui chemine
Un reste de racine, c'est un peu solitaire
C'est l'hiver qui s'efface, la fin d'une saison
C'est la neige qui fond, ce sont les eaux de Mars
La promesse de vie, le mystère profond
Ce sont les eaux de Mars dans ton cur tout au fond
Un pas, une " ... pedra é o fim do caminho
E um resto de toco, é um pouco sozinho ... "
Un pas, une pierre, un chemin qui chemine
Un reste de racine, c'est un peu solitaire...
J’ai
tant escamoté, l’angle des parapets
De mes incontournables et de mes indomptables
Dédicacé mes nuits, et levé les poignets
Sur les comptoirs luisants de flaques innombrables
De chagrins sans marée, de mensonges enjambés.
Des marais de promesses, non moi je n’en veux plus
Juste que disparaisse, le goût du survécu
Et que des alibis, je me déshabitue.
Eu escamoteei tanto, o
ângulo dos parapeitos
De meus incontornáveis
e dos meus indomáveis
Eu tanto dediquei
minhas noites, e tanto levantei os punhos,
Nos balcões de bares
brilhantes, com frascos inumeráveis
De mágoas sem maré, de
mentiras encadeadas.
Pântanos de promessas, não, eu não quero mais isso
Eu só quero que
desapareça o gosto do 'sobrevivido'
E dos álibis, eu me
desabituo.
Et pour qu’on intoxique mes veines assoiffées,
Je vous tends ma chemise, baisse mon pantalon,
Je suis nue comme un vers*, et je remplis d’hiver,
Cette folle tentation, qui gèle mes frissons.
E para que intoxiquem
minhas veias sedentas,
Eu te ofereço minha
camisa, abaixo minha calça,
Eu estou nua como um verme
(verso)* e eu encho de inverno
Esta louca tentação
que gela meus calafrios.
Aux phares sans lumière, je me suis accrochée
Et gravée sur ma chair au cuir désespéré,
L’encre de mes chimères, celle de vos baisers
Tarie dans les ornières de mon identité,
Les fugues sans frontière, les refuges obtus
L’alphabet du bréviaire, non, moi je n’en veux plus
Je confesse à ma bière tous ces malentendus,
J’avoue à la kermesse mon paradis perdu.
Nos faróis sem luz, agarrei-me
E gravei em minha
carne no couro desesperado,
a tinta de minhas
quimeras e estas de teus beijos,
Ressequidos nos sulcos
de minha identidade,
As fugas sem
fronteiras, os refúgios obtusos
O alfabeto do
breviário, não, eu não quero mais isso
Eu confesso a minha
cerveja todos estes mal-entendidos
Eu confesso na
quermesse meu paraíso perdido.
Et pour qu’on intoxique mes veines assoiffées,
Je vous tends ma chemise, baisse mon pantalon,
Je suis nue comme un vers, et je remplis d’hiver,
Cette folle tentation, qui gèle mes frissons.
E para que intoxiquem
minhas veias sedentas,
Eu te ofereço minha
camisa, abaixo minha calça,
Eu estou nua como um verme
(verso)* e eu encho de inverno
Esta louca tentação
que gela meus calafrios.
J’ai tant escamoté l’ange de ma liberté
De mes incontournables et de mes indomptables
Que les angles du ciel, ceux de la charité
Ont lu dans mon regard l’aurore insurmontable.
De mes lambeaux de larmes, de mon coeur ébréché
Du souffle et de sa panne, non, moi je n’en veux plus
Je dissous mon absence, je renais en silence
Je serre tout contre moi, les saints du porte-clé.
Eu escamoteei tanto o
anjo da minha liberdade
De meus incontornáveis
e de meus indomáveis
Que os ângulos do céu,
estes da caridade,
Leram em meu olhar a
aurora intransponível
Dos meus farrapos de
lágrima, de me coração lascado
Do fôlego e de seu
colapso, não, eu não quero mais isso
Eu dissolvo minha
ausência, eu renasço em silêncio
Eu uso tudo contra mim
mesma, as imagens de santos do chaveiro.
Et pour qu’on intoxique mes veines assoiffées,
Je vous tends ma chemise, baisse mon pantalon,
Je suis nue comme un vers, et je remplis d’hiver,
Cette folle tentation, qui gèle mes frissons.
Et pour
qu’on intoxique mes veines assoiffées
Je vous rends ma chemise ivre de liberté
Je délaisse l’hiver, je laisse à l’abandon
Cette folle tentation qui gèle mes frissons.
E para que intoxiquem
minhas veias sedentas,
Eu te ofereço minha
camisa, abaixo minha calça,
Eu estou nua como um verme
(verso)* e eu encho de inverno
Esta louca tentação
que gela meus calafrios
E para que intoxiquem minhas veias sedentas
Eu te ofereço minha camisa, ébria de liberdade
Eu abandono
o inverno, eu deixo ao léu
Esta louca tentação
que gela meus calafrios.
Nota da tradutora:
* Vers: em francês a
palavra “vers” pode ter três significados: verme, verso ou “em direção à”. Optei
por deixar as acepções “verme” e “verso”,
pois ambas fazem sentido no contexto da frase - uma mais literal “nua como um verme” e outra
mais poética/metafórica “nua como um verso”.