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mardi 6 septembre 2016

" L'âge de raison " de Francis Blanche

         Este poema/canção de Francis Blanche sempre me faz lembrar desta pintura de Niki de Saint Phalle, onde a árvore do paraíso perdido remete, em minha visão, ao cogumelo da bomba nuclear, com sua mancha de fumaça preta sobre a cabeça de crianças mórbidas feitas de aviões deste futuro desolador que é o da vida moderna, desta idade da razão...

Niki de Saint Phalle. « The Children (Study for King Kong) » (1963) . 
Mamac, Nice, França. (Clique na imagem para ampliar)

Lien pour la vidéo sur youtube / link para o vídeo no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=sw55mJzp3WU

La ville écrase la forêt
Pour y installer son décor
Sans songer au bruit que ferait
Le chant de tous les oiseaux morts
On cimente le paysage
On bétonne les horizons
Nous voici arrivés à l'âge
De raison

Le petit sentier de l'école
Est une autoroute à six voies
Qui mène à la piste d'envol
Où les Boeing hurlent de joie
Il y a du goudron sur la plage
Et du gas-oil sur le gazon
Nous voici arrivés à l'âge
De raison

On a piétiné les ballades
Et les refrains de nos printemps
On en a fait des marmelades
Pour des vieillards de dix-sept ans
Qui font sauter les pucelages
Avec des trognons de chanson
Nous voici arrivés à l'âge
De raison

Les décibels nous assassinent
Les scooters nous bouffent le cœur
Et la télé dans les cuisines
Nous explique notre bonheur
Quand on veut rêver, les nuages
Ont la forme de champignons
Nous voici arrivés à l'âge
De raison

Rien à faire, petit bonhomme
Mets ta tête sous l'oreiller
Grand-mère a bouffé une pomme
Et c'est à nous de la payer
Tiens-toi tranquille, reste sage
Enfoui au creux de ta maison
Et laisse, laisse passer l'âge
De raison.

Tradução de / traduction de Priscila Junglos

A cidade esmaga a floresta 
Para aí instalar seu cenário 
Sem pensar no barulho que fara 
O canto de todos os passáros mortos 
Cimenta-se a paisagem 
Concreta-se os horizontes 
Eis nos aqui, chegamos 
Na idade da razão 

O caminhozinho da escola 
É uma auto-estrada com seis pistas 
Que leva a pista de vôo 
Onde os boeing urram de alegria 
Há piche na praia 
E petróleo na grama 
Eis nos aqui, chegamos 
Na idade da razão 

A gente pisoteou as baladas 
E os refrães de nossas primaveras 
A gente fez deles marmeladas 
Para os velhacos de dezessete anos 
Que fazem perder as virgindades 
Com caroços de canção 
Eis nos aqui, chegamos 
Na idade da razão 

Os decibéis nos assassinam 
Os scooters nos devoram o coração 
E a tv nas cozinhas 
Nossa felicidade nos explica 
Quando a gente quer sonhar, as nuvens 
Tem a forma de cogumelos 
Eis nos aqui, chegamos 
Na idade da razão 

Nada resta a fazer, homenzinho do bem 
Coloque a sua cabeça debaixo do traveseiro 
A avó devorou uma maça 
E cabe a nós pagar por ela 
Fique tranquilo, seja comportado 
Enfie-se no buraco de sua casa 
E deixe, deixe passar a idade 
Da razão.