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mercredi 26 août 2020

Brigitte Fontaine : Je suis décadente

Dos anos 60 até agora, passando pela chanson, pelo rock, pelo pop, eletrônica... Só, com seu marido ou em parcerias ... sempre underground - de verdade, - génialissime: Brigitte Fontaine 

 




Je suis concierge* rue de Buci
Dans mon immeuble, il y a que des penseurs
C'est moi que je suis leur égérie
Je fume la pipe et je mange des fleurs

Je suis décadente

Le matin quand je fais mes escaliers 
avec mes pauvres jambes à varices
Je pense à Sisyphe et son rocher 
qui retombait dans un précipice

Je suis décadente

Quand Ernest, il veut me faire ma fête**, 
je lui dit " à quoi bon " très amère
Il me répond  " pourquoi pas ? " c'est bête ! 
J'ai épousé un gars primaire

Je suis décadente

Quelquefois, quand je me sens trop lasse
Sur ma porte, je colle un papier
Je mets " La concierge est dans l'angoisse"***
Qu'il se débrouille pour le courrier

Je suis décadente

Mais le suicide quotidien 
Ce n'est vraiment pas une vie
Le désespoir ce n'est pas sain 
On s'en lasse et ça enlaidit...
D'être décadente...

Sentir qu'on est rien ici bas
Cela conduit à tous les vices
Fumer de la Marijuana 
C'est mauvais pour mes rhumatisme 

Je suis décadente

Le désespoir, j'en ai ma dose
Je vais prendre une place à Passy
Là au moins je serai quelque chose
Et puis j'aurai foi en la vie
Je serai méritante
Je vais avoir un rôle et des devoirs
Je me peindrai plus le ongles en noir
Je mangerai un yaourt tous les soirs
Quand je serai psychiatre...
Avenue Mozart.


Tradução livre / traduction libre de Priscila Junglos

Eu sou a síndica* na rua de Buci
Em meu imóvel, há pensadores
Eu é que sou a musa deles
Eu fumo cachimbo e como flores

Eu sou decadente

De manhã, quando eu varro as escadas
com minhas pobres pernas com varizes
Eu pense em Sísifo e sua rocha
que caía de novo num precipício

Eu sou decadente 

Quando Ernest, ele quer me bater**
Eu lhe digo "pra quê" muita amarga
Ele me responde "por que não?" que tolice!
Eu casei com um cara primário

Eu sou decadente

Às vezes, quando eu me sinto cansada demais
Em minha porta, eu colo um papel
Eu coloco "a síndica está na agonia"***
Que eles se virem pra pegar a correspondência

Eu sou decadente

Mas o suicídio cotidiano
Realmente, isso não é vida 
O desespero não é saudável
A gente se cansa e se enfeia...
De ser decadente...

Sentir que a gente não é nada aqui nessa terra
Isso leva a todos os vícios
Fumar maconha
É ruim pra meu reumatismo

Eu sou decadente

O desespero, eu já tive a minha dose disso
Eu vou pegar um lugar em Passy
Lá ao menos eu serei alguma coisa
E além disso, eu terei fé na vida
Eu serei merecedora 
Eu vou ter um papel e deveres
Eu não pintarei mais as unhas de preto
Eu comerei um iogurte todas as noites
Quando eu serei psiquiatra...
Avenida Mozart. 

Notas da tradutora:

*Concierge (porteira/recepcionista/"síndica")na França, era uma profissão muito importante e simbólica até pouco tempo.  Normalmente, era uma mulher que morava num pequeno apartamento no térreo dos prédios de Paris e era a responsável pela portaria, pela faxina do pátio central e das escadas, por pegar a correspondência e entregar para cada morador, etc... Era uma figura que representava a "fofoca" do local, que sabia tudo de todos. Ela poderia ser vista positivamente ou não, mas, de todo modo, era uma profissão mal remunarada e pouco valorizada, mesmo sendo importante. Hoje, com as portarias eletrônicas com câmeras e códigos, já quase não existem mais concierges

**faire la fête à quelqu'un, literalmente, é fazer a festa a alguém, mas é uma expressão que significa bater em alguém, dar uma surra. Normalmente ela é usada no contexto familiar, como uma mãe que dá uma surra no filho "pra dar uma lição" : (

*** Em francês, uma séria de expressões que podem nos parecer fortes são usadas normalmente. Por exemplo, quando alguém está doente (com uma forte gripe) ela pode escrever "je suis souffrante" (estou "sofredora"/sofrendo) ou como aqui, nessa música,"na agonia", mas não quer dizer que a pessoa está morendo. É como "je suis désolé" (estou desolado) ou "pardon" (perdão) que perderam sua força pra virar só expressões formais de todo dia.

samedi 22 août 2020

La mal-aimée du Courrier du cœur de Joe Dassin

Courrier du Cœur era uma parte popular nas revistas chamadas "femininas" (la presse féminine) nos anos 50 até os anos 80 (sendo que ainda existe...) onde o leitor poderia chorar suas pitangas e pedir conselhos e a "redação" respoderia. Na maioria das vezes alguma mulher qualquer, sem formação em psicologia, nem nada, respondia...essa mulher é a personagem desta chanson.



 


Paroles :

Tous les jours assise à sa machine
Pour son magazine, elle répond aux lettres
Elle est le seul espoir, la seule issue
Pour l'amant déçu, pour ceux qui n'y croyait plus

Et c'est vrai qu'elle donne confiance
Et c'est vrai qu'elle porte chance
Mais, le soir venu, elle rentre seule à la maison

Le facteur n'a jamais de lettres
La fleuriste jamais de fleurs
Et personne ne dit : Je t'aime
À la mal-aimée du courrier du cœur

Et chacun montre sur la piste
Le visage qu'il veut montrer
Mais on dit que le clown est triste
Quand le spectacle s'est terminé

Elle a eu pourtant les aventures
De celles qui durent le temps d'une promesse
Un de perdu, pas un de retrouvé *
Et personne à qui écrire pour se confier

Et pourtant elle donne confiance
Et pourtant elle porte chance
Mais, le soir venu, elle rentre seule à la maison

Le facteur n'a jamais de lettres
La fleuriste jamais de fleurs
Et personne ne dit : Je t'aime
À la mal-aimée du courrier du cœur

Et chacun montre sur la piste
Le visage qu'il veut montrer
Mais on dit que le clown est triste
Quand le spectacle s'est terminé



Traduction libre / tradução livre de Priscila Junglos


Todos os dias sentada em sua máquina (de escrever)
Para sua revista, ela responde às cartas
Ela é a única esperança, a única saída
Para o amante decepcionado, para aqueles que já não acreditam mais

E é verdade que ela dá confiança
E é verdade que ela dá sorte
Mas, vinda a noite, ela retorna só a casa

O carteiro nunca tem cartas
A florista, nunca flores
E ninguém diz: Eu te amo
À mal-amada da Correspondência do coração

E cada um mostra na pista
O rosto que quiser mostrar
Mas dizemos que o palhaço é triste
Quando o espetáculo termina

Ela teve, entretanto, aventuras
Essas que duram o tempo de uma promessa
Um perdido, nenhum encontrado*
E ninguém a quem escrever para se desabafar

E, entretanto, ela dá confiança
E, entretanto, ela dá sorte
Mas, vinda a noite, ela retorna só a casa

O carteiro nunca tem cartas
A florista, nunca flores
E ninguém diz: Eu te amo
À mal-amada da Correspondência do coração

E cada um mostra na pista
O rosto que quiser mostrar
Mas dizemos que o palhaço é triste
Quando o espetáculo termina



Notas da tradutora:

* "Un de perdu, pas un de retrouvé" é uma brincadeira com a expressão francesa "un de perdu, dix de retrouvés" [um perdido, dez achatos] que significa que se perdemos um amor, há de se encontrar outros tantos. 

mercredi 5 août 2020

Constamment je brûle d'Arman Méliès

Un petit rock... le clip est un petit peu perturbateur.
 



Paroles

Constamment je brûle
À petit feu
Un petit peu
Ici et là
Tout près de l'âtre
Trop près de l'âtre
Si loin déjà
Mon astre

Et souvent j'oublie
À petit feu
Un petit peu
Ici et là
Tout près de l'âtre
Trop près de l'âtre
Si loin de toi, déjà

Et parfois je plie
Lâche comme ça
À petit feu
Un petit peu
Ici et là
Tout près de l'âtre
Si loin de toi
Mon astre

Constamment je brûle
À petit feu
Un petit peu
Ici et là
Tout près de l'âtre
Trop près de l'âtre
Si loin déjà, hélas

Constamment je brûle
Aux origines incendiaires
Constamment je brûle
Aux origines incendiaires

Constamment je brûle
À petit feu
Un petit peu
Ici et là
Tout près de l'âtre
Si loin de toi
Mon astre

Sans relâche je brûle
À petit feu
Un petit peu
Ici et là
Tout près de l'âtre
Trop près de l'âtre
Si loin déjà, hélas

Constamment je brûle
Aux origines incendiaires
Constamment je brûle
Aux origines incendiaires
Constamment je brûle

À petit feu
Un petit peu
Ici et là
Tout près de l'âtre
Trop près de l'âtre
Si loin déjà
Mon astre


Tradução livre/traduction libre de Priscila Junglos
Letra

Constantemente eu ardo 
No fogo baixo/lentamente 
Um pouquinho 
Aqui e acolá 
Bem perto da lareira 
Perto demais da lareira 
Tão longe de você, já 
Meu astro 

E frequentemente eu esqueço 
No fogo baixo/lentamente 
Um pouquinho 
Aqui e acolá 
Bem perto da lareira 
Perto demais da lareira 
Tão longe de você, já 

E às vezes eu me curvo 
Covarde assim 
No fogo baixo/lentamente 
Um pouquinho 
Aqui e acolá 
Bem perto da lareira 
Perto demais da lareira 
Tão longe de você, 
Meu astro 

Constantemente eu ardo 
No fogo baixo/lentamente 
Um pouquinho 
Aqui e acolá 
Bem perto da lareira 
Perto demais da lareira 
Tão longe de você, infelizmente 

Constantemente eu ardo 
Nas origens incendiárias 
Constantemente eu ardo 
Nas origens incendiárias 

Constantemente eu ardo 
No fogo baixo/lentamente 
Um pouquinho 
Aqui e acolá 
Bem perto da lareira 
Perto demais da lareira 
Tão longe de você 
Meu astro 

Sem parar eu ardo 
No fogo baixo/lentamente 
Um pouquinho 
Aqui e acolá 
Bem perto da lareira 
Perto demais da lareira 
Tão longe já, infelizmente 

Constantemente eu ardo 
Nas origens incendiárias 
Constantemente eu ardo 
Nas origens incendiárias
Constantemente eu ardo 

No fogo baixo/lentamente 
Um pouquinho 
Aqui e acolá 
Bem perto da lareira 
Perto demais da lareira 
Tão longe já, 
Meu astro