O rosto da paz
1
Eu conheço todos os lugares onde a pomba se abriga
E o mais natural é a cabeça do homem.
2
O amor pela justiça e pela liberdade
Produziu um fruto maravilhoso
Um fruto que não se estraga de jeito nenhum
Porque ele tem o gosto da felicidade
3
Que a terra produza que a terra floresça
Que a carne e o sangue vivos
Não sejam nunca sacrificados.
4
Que o rosto humano conheça
A utilidade da beleza
Sob a asa da reflexão.
5
Para todos pão para todos rosas
Todos nós fizemos juramento
Nós caminhamos com passos de gigante
E a estrada não é tão longa.
6
Fugirão de nós o repouso fugirão o sono
Nós adiantaremos a alvorada e a primavera
E nós prepararemos dias e estações
Na medida de nossos sonhos.
7
A branca iluminação
De acreditar em todo o bem possível.
8
O homem imbuído de paz se coroa de esperança.
9
O homem imbuído de paz sorri sempre
Depois de todos os combates pelos quais pedem-lho.
10
Fogo fértil de grãos de mãos e de falas
Uma fogueira se ilumina e cada coração fica com calor.
11
Vencer se apoia na fraternidade.
12
Crescer é sem limites.
13
Cada um será vencedor.
14
A sabedoria pende do teto
E seu olhar cai da testa como uma luminária de cristal.
15
A luz desce lentamente sobre a terra
Da testa do mais velho ela passa ao sorriso
Das crianças libertadas do temor e das correntes.
16
E pensar que por tanto tempo o homem deu medo ao homem
E deu medo aos pássaros que ele levava em sua cabeça.
17
Depois de ter lavado seu rosto no sol
O homem tem necessidade de viver
Necessidade de fazer viver e ele se uni com amor
Se uni com o futuro.
18
Minha felicidade é a nossa felicidade
Meu sol é o nosso sol
Nós partilhamos a vida
O espaço e o tempo são a todos.
19
O amor está trabalhando e ele é incansável.
20
Foi em mil novecentos e dezessete
E nós mantemos a inteligência
De nossa libertação.
21
Nós inventamos o outro
Como o outro nos inventou
Nós precisávamos um do outro.
22
Como um pássaro voando tem confiança em suas asas
Nós sabemos onde nos leva nossa mão estendida
Em direção a nosso irmão.
23
Nós iremos satisfazer a inocência
Da força que por tanto tempo
Nos fez falta
Nós não seremos nunca mais sozinhos.
24
Nossas canções chamam a paz
E nossas respostas são atos pela paz.
25
Não é o naufrágio é nosso desejo
Que é fatal e é a paz que é inevitável.
26
A arquitetura da paz
Repousa sobre o mundo todo.
27
Abra tuas asas belo rosto
Imponha ao mundo de ser sábio
Já que nós nos tornamos reais.
28
Nós nos tornamos reais juntos pelo esforço
Por nossa vontade de dissolver as sombras
No percurso fulgurante de uma claridade nova.
29
A força se tornará cada vez mais leve
Nós respiraremos melhor nós cantaremos mais alto.
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Texto original em francês: