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dimanche 29 avril 2018

" Il Est Cinq Heures, Paris S'éveille " de Jacques Dutronc

Dutronc à Paris, années 60.



Paroles :

Je suis le dauphin de la place Dauphine
Et la place Blanche a mauvaise mine
Les camions sont pleins de lait
Les balayeurs sont pleins de balais

Il est cinq heures
Paris s'éveille
Paris s'éveille

Les travestis vont se raser
Les stripteaseuses sont rhabillées
Les traversins* sont écrasés
Les amoureux sont fatigués

Il est cinq heures
Paris s'éveille
Paris s'éveille

Le café est dans les tasses
Les cafés nettoient leurs glaces
Et sur le boulevard Montparnasse
La gare n'est plus qu'une carcasse

Il est cinq heures
Paris s'éveille
Paris s'éveille

Les banlieusards sont dans les gares
À la Villette** on tranche le lard
Paris by night, regagne les cars
Les boulangers font des bâtards***

Il est cinq heures
Paris s'éveille
Paris s'éveille

La tour Eiffel a froid aux pieds
L'Arc de Triomphe est ranimé
Et l'Obélisque est bien dressé
Entre la nuit et la journée

Il est cinq heures
Paris s'éveille
Paris s'éveille

Les journaux sont imprimés
Les ouvriers sont déprimés
Les gens se lèvent, ils sont brimés
C'est l'heure où je vais me coucher

Il est cinq heures
Paris se lève
Il est cinq heures
Je n'ai pas sommeil


Traduction libre de / tradução livre de Priscila Junglos

São cinco horas, Paris acorda
Eu sou o delfim da praça Dauphine
E a praça Blanche tem cara feia
Os caminhões estão cheios de leite
Os varredores estão cheios de vassouras 

São cinco horas
Paris acorda
Paris acorda

Os travestis vão se barbear
As strip-teasers estão vestidas novamente
Os travesseiros* estão esmagados
Os amantes estão cansados

São cinco horas
Paris acorda
Paris acorda

O café está nas xícaras
Os cafés limpam suas vitrines 
E na alameda Montparnasse 
A estação não é nada além de uma carcaça

São cinco horas
Paris acorda
Paris acorda

Os habitantes da periferia estão nas estações
Na Villette corta-se o bacon**
Paris by night, volta pros ônibus de viagem 
Os padeiros fazem bâtards***

São cinco horas
Paris acorda
Paris acorda

A torre Eiffel tem frio nos pés
O Arco do Triunfo está reanimado
O Obelisco está bem de pé
Entre a noite e o dia

São cinco horas
Paris acorda
Paris acorda

Os jornais estão impressos 
E os operários estão deprimidos
As pessoas se levantam, elas estão coagidas
É a hora que eu vou me deitar

São cinco horas
Paris acorda
São cinco horas
Eu não tenho sono

Notas da tradutora:
* "Traversins" são travesseiros cilíndricos e alongados, usados muito mais na França do que no Brasil (e mais no Sul da França do que em Paris).

** No bairro da Villette, desde Napoléon, se localizavam os abattoirs, onde se abatiam os animais para o consumo de Paris. Hoje, por questões de higiene, entre outras, os animais são matados em outras cidades e transportados para  Paris, graças à rapidez do transporte e a capadidade de refrigeração. 
Curiosidade: a história dos abattoirs é bem interessante, para dizer o mínimo, com direito a escandalos de desvio de verba de uma construção e remodelação dos abattoirs antigos que nunca deu certo. Depois de construir (foram 50 anos de construção!!) uma super infraestrutura que nunca funcionou e que não era funcional mesmo,  quase tudo foi demolido... hoje, o bairro abriga um museu, um parque e centro cultural. La Villette fica ao norte de Paris. 

*** Bâtard (literalmente "bastardo") é um tipo de pão tradicional, ele é grosso e curto, tem 250 gramas, sendo assim mais 'orgro' que uma baguette. 

dimanche 22 avril 2018

Privilèges, de Simone de Beauvoir (texto de 1955)

Sobre a moral burguesa, o machismo e a luta de classes.


Abaixo, techos do livro Privilèges, que regrupa três ensaios de Simone de Beauvoir. Dentre eles, figura o ensaio de 1955, chamado "La pensée de droite, aujourd'hui".

O livro continua importante, e ajuda a entender pensamentos bem preconceituosos que certas pessoas da direita ainda tem por princípio. Vale a pena a leitura do livro todo, mas deixo em destaque trechos que me marcaram, confirmando ideias que eu sabia ou imaginava. 

De todo modo, o livro é relevante, pois ela cita, explica e justifica teoricamente tudo que fala, o que eu sinto falta em muitos textos atuais sobre a questão (principalmente os encontrados em blogs e fontes sensacionalistas, tanto da esquerda, como da direita).




"Para o escravagista americano há pouco tempo atrás, a idéia de Liberdade incluía o direito de possuir escravos : ela inclui no burguês de hoje este de explorar os proletários."
 
Página com nota sobre texto de Balzac, o machismo e preconceito de classe descarado... triste.

mardi 17 avril 2018

Un jour tu verras, chanson


Le Dernière Valse du 14 Juillet, Paris, 1949. Robert Doisneau


Un jour tu verras, trois versions !

L'originale :

Avec Maysa :

Et chantée par Jacqueline François (celle que je préfère).

Paroles :


Un jour tu verras
On se rencontrera 
Quelque part, n'importe où
Guidés par le hasard 

Nous nous regarderons
Et nous nous sourirons
Et la main dans la main 
Par les rues nous irons 

Le temps passe si vite
Le soir cachera bien
Nos cœurs, ces deux voleurs 
Qui gardent leur bonheur 

Puis nous arriverons
Sur une place grise
Où les pavés seront doux 
A nos âmes grises

Il y aura un bal
Très pauvre et très banal
Sous un ciel plein de brume 
Et de mélancolie 

Un aveugle jouera
De l'orgue de Barbarie
Cet air pour nous sera
Le plus beau, le plus joli 

Puis tu m'inviteras
Ma taille tu prendras
Nous danserons tranquilles
Loin des bruits de la ville 

Nous danserons l'amour
Les yeux au fond des yeux
Vers une fin du monde
Vers une nuit profonde 

Un jour tu verras
On se rencontrera
Quelque part, n'importe où 
Guidés par le hasard

Nous nous regarderons
Et nous nous sourirons
Et la main dans la main 
Par les rues nous irons


Traduction libre / tradução livre de Priscila Junglos

Tradução:


Um dia você verá 
A gente se reencontrará 
Em algum lugar, qualquer lugar 
Guiados pelo acaso

Nós nos olharemos 
E nós nos sorriremos 
E de mãos dadas
Pelas ruas nós iremos 

O tempo passa tão rápido 
A noite esconderá bem 
Nossos corações, estes dois ladrões/voadores 
Que guardam sua felicidade (1)

Depois nós chegaremos 
Em uma praça acinzentada (2) 
Onde o caminho será agradável (3) 
Para nossas almas embriagadas (4)

Haverá um baile 
Muito pobre e muito banal 
Sob um céu cheio de neblina 
E de melancolia 



Um cego tocará 
O realejo 
Esta melodia será para nós 
A mais bela, a mais linda

Depois você me convidará 
Minha cintura você pegará (5) 
Nós dançaremos tranquilos 
Longe dos ruídos da cidade

Nós dançaremos o amor 
Olhos nos olhos 
Em direção ao fim do mundo 
Em direção à uma noite profunda

Um dia você verá 
A gente se reencontrará 
Em algum lugar, qualquer lugar 
Guiados pelo acaso

Nós nos olharemos 
E nós nos sorriremos 
E de mãos dadas
Pelas ruas nós iremos 


Notas da tradutora:

1- “Garder” é um verbo que significa tanto “guardar”, como “cuidar”, como na expressão “prendre garde ” = “tomar conta”; “cuidar”.

2- o “Grise”, pode significar tanto que a praça em questão é cinza como concreto, sem árvores, uma praça banal, sem natureza, como uma referência ao tempo como na expressão “faire/ avoir mine grise” = nublado, com o céu cinza de nuvens de chuva; “emburrado”, “de cara fechada”.

3- “Pavés” é o pavimento feito de pedra, tipo paralelepípedo. Na frase “pavés seront doux” significa que o “pavimento”, o “chão”, o “caminho” em que se pisa, será doce, já que “doux” também significa “agradável” e /ou "macio", como se eles estivessem andando sobre nuvens.

4- “Grise” é tanto a cor cinza, como uma gíria para “embriaguez”.

5- “Taille” pode ser tanto “tamanho” de roupas, como “silhueta”, forma geral de um corpo, ou “cintura”.

lundi 16 avril 2018

" Si j'étais président " de Gérard Lenorman

Un peu ringarde, mais si sympathique, la classique chanson de Gérard Lenorman 
" Si j'étais président "



Paroles :

Il était une fois à l'entrée des artistes
Un petit garçon blond au regard un peu triste
Il attendait de moi une phrase magique
Je lui dis simplement, si j'étais Président

Si j'étais Président de la République
Jamais plus un enfant n'aurait de pensée triste
Je nommerais bien sûr Mickey premier ministre
De mon gouvernement, si j'étais président
Simplet à la culture me semble une évidence
Tintin à la police et Picsou aux finances
Zorro à la justice et Minnie à la danse

Est-ce que tu serais content si j'étais président ?
Tarzan serait ministre de l'écologie
Bécassine au commerce, Maya à l'industrie
Je déclarerais publiques toutes les pâtisseries
Opposition néant, si j'étais Président

Si j'étais Président de la République
J'écrirais mes discours en vers et en musique
Et les jours de conseil on irait en pique-nique
On ferait des trucs marrants, si j'étais Président
Je recevrais la nuit le corps diplomatique
Dans une super disco à l'ambiance atomique
On se ferait la guerre à grands coups de rythmique
Rien ne serait comme avant, si j'étais Président

Au bord des fontaines coulerait de l'orangeade
Coluche notre ministre de la rigolade
Imposerait des manèges sur toutes les esplanades.
On s'éclaterait vraiment, si j'étais Président !

Si t'étais Président de la République
Pour nous, tes petits copains, ça serait super pratique
On pourrait rigoler et chahuter sans risques
On serait bien contents si t'étais Président

Je serais jamais Président de la République
Vous les petits malins vous êtes bien sympathiques
Mais ne comptez pas sur moi pour faire de la politique
Pas besoin d'être Président, pour aimer les enfants


Traduction libre / tradução livre de Priscila Junglos

Tradução:


Era uma vez na entrada dos artistas
Um menininho loiro com um olhar um pouco triste
Ele esperava de mim uma frase mágica
Eu lhe disse apenas: se eu fosse presidente

Se eu fosse presidente da República
Nunca mais uma criança teria pensamentos tristes
Eu nomearia, claro, Mickey como primeiro-ministro
do meu governo, se eu fosse presidente
Dunga [dos 7 anões] no [ministério da] Cultura me parece uma evidência
Tintin na Polícia e o Tio Patinhas nas Finanças [ministério da Fazenda]
Zorro para [o ministério da] Justiça e Minnie na Dança

Você ficaria feliz se eu fosse presidente?
Tarzan seria ministro da ecologia
Bécassine no comércio, Maya [a abelha] para [o ministério da] Indústria
Eu declararia publicas todas as confeitarias
Não haveria oposição, se eu fosse presidente

Se eu fosse presidente da República
Eu escreveria meus discursos em verso e em música
E nos dias de conselho [de ministro] nós faríamos um piquenique
Nós faríamos coisas engraçadas se eu fosse presidente
Eu receberia o corpo diplomático à noite
Em uma grande discoteca com uma atmosfera atômica
Nós bricaríamos de guerra com golpes de rítmo
Nada seria como antes, se eu fosse presidente

Na beira das fontes escorreria refrigerante de laranja
Coluche, nosso ministro da Risada,
Imporia parques de atrações em todas as esplanadas.
Nós realmente nos divertiríamos se eu fosse presidente!

Se você fosse presidente da República
Para nós, seus amiguinhos, seria super prático
Nós poderíamos rir e fazer barulho sem risco
Ficaríamos bem contentes se você fosse presidente

Eu nunca serei presidente da República
Vocês, espertinhos, vocês são bem legais
Mas não contem comigo para fazer política
Não precisa ser presidente para amar as crianças