Recherchez dans ce blog / Pesquise neste blog

mercredi 25 mai 2011

Mon enfance de Jacques Brel

Cette belle chanson de Brel raconte les expériences, les problèmes, les inquiétudes et aussi la beauté de son enfance.
Esta bela canção de Brel conta as vivências, os problemas, as inquietudes e também a beleza de sua infância.




Parole de la chanson « Mon enfance » 
 
 


Traduction libre/ tradução livre de Priscila Junglos

Mon enfance passa
De grisailles en silences
De fausses révérences
En manque de batailles
L’hiver j’étais au ventre
De la grande maison
Qui avait jeté l’ancre
Au nord parmi les joncs 
L’été à moitié nu
Mais tout à fait modeste
Je devenais indien
Pourtant déjà certain
Que mes oncles repus
M’avaient volé le Far West 

Minha infância passou
De  monotonias em silêncio 
de falsas reverências
Por falta de batalhas
No inverno eu estava no ventre
da grande casa
que havia jogado a âncora
ao norte entres os juncos
No verão meio pelado
Mas completamente modesto
Eu virava índio
Entretanto, já certo
que meus tios satisfeitos
Haviam-me roubado o faroeste

Mon enfance passa
Les femmes aux cuisines
Où je rêvais de Chine
Vieillissaient en repas
Les hommes au fromage
S’enveloppaient de tabac
Flamands taiseux et sages
Et ne me savaient pas
Moi qui toutes les nuits
Agenouillé pour rien
Arpégeais mon chagrin
Au pied du trop grand lit
Je voulais prendre un train
Que je n`ai jamais pris 

Minha infância passou
Com as mulheres nas cozinhas
Onde eu sonhava com a "China" (sonhava com outros mundos)
Envelhecendo nas refeições
Os homens com o queijo
envelopavam-se de tabaco
Flamands* calados e sábios
E não sabiam que eu
Eu que em todas as noites
Ajoelhado para nada
Arpejava minha mágoa
aos pés de enorme cama
Eu gostaria de pegar um trem
que eu jamais peguei 
Mon enfance passa
De servante en servante
Je m’étonnais déjà
Qu’elles ne fussent point plantes
Je m’étonnais encore
De ces ronds de famille
Flânant de mort en mort
Et que le deuil habille
Je m’étonnais surtout
D’être de ce troupeau
Qui m’apprenait à pleurer
Que je connaissais trop
J’avais L’œil du berger
Mais le cœur de l’agneau

Minha infância passou
De empregada à empregada
Eu já me espantava
que elas não fossem plantas
Eu me espanto ainda
Destas rodas de família
Passeando de morte em morte
e que o luto veste
eu me espantava sobretudo
De ser desta manada
que me ensinava a chorar 
que eu conhecia muitíssimo
Eu tinha o olho do pastor
Mas o coração do cordeiro
Mon enfance éclata
Ce fut l’adolescence
Et le mur du silence
Un matin se brisa
Ce fut la première fleur
Et la première fille
La première gentille
Et la première peur
Je volais, je le jure
Je jure que je volais
Mon cœur ouvrait les bras
Je n’étais plus barbare
Et la guerre arriva
Et nous voilà ce soir.

Minha infância rebentou
E foi a adolescência
E a parede de silêncio
Uma manhã se quebrou
E foi a primeira flor
E a primeira moça
E a primeira gentil
E o primeiro medo
Eu voava, eu o juro
Eu juro que eu voava
Meu coração abria os braços
Eu não era mais bárbaro
E a guerra chegou
E eis-nos aqui nesta noite.
 
 
Nota da tradutora:
*Flamands: quem nasceu e mora no norte da Bélgica, na região de Flandres que é de língua e cultura holandesa, em oposião muitas vezes à Wallonie (de cultura e língua francesa).